A investigação, coordenada pela Universidade da Califórnia em Berkeley e publicada na *Science Advances*, analisou populações de chimpanzés no Uganda e na Costa do Marfim.
Os cientistas mediram o teor alcoólico das frutas preferidas dos primatas e calcularam que, em média, um chimpanzé consome cerca de 14 gramas de etanol puro por dia. Este consumo resulta da ingestão de grandes quantidades de fruta muito madura — entre 5% a 10% do seu peso corporal diário — que, embora individualmente contenha baixos níveis de álcool (menos de 0,5%), em conjunto representa uma dose significativa. Os investigadores observaram que os animais não apresentavam sinais de embriaguez, sugerindo uma adaptação metabólica a este consumo. Ainda não é claro se os chimpanzés procuram ativamente o etanol ou se este é apenas um subproduto da sua preferência por frutas mais doces e maduras.
Esta é a primeira vez que se quantifica o consumo de álcool em primatas no seu habitat natural, apoiando a hipótese de que a exposição a etanol na dieta não é um fenómeno recente, mas sim uma constante ao longo da evolução dos primatas, o que pode ter moldado a capacidade humana de metabolizar o álcool.













