Este fenómeno impulsiona vastas florações de fitoplâncton, a base da cadeia alimentar marinha do Ártico.
A investigação, baseada em simulações computacionais de última geração, demonstrou que o enorme volume de água doce proveniente do degelo no verão, ao ser mais leve que a água salgada, sobe à superfície, arrastando consigo nutrientes como ferro e nitrato das profundezas do oceano. Estes nutrientes funcionam como um fertilizante natural para o fitoplâncton, que de outra forma teria recursos limitados durante o verão, após as florações da primavera. O estudo calculou que este processo de ressurgência aumenta a produtividade de verão do fitoplâncton entre 15% a 40% na região de Qeqertarsuup Tunua. Michael Wood, autor principal do estudo, descreveu o fenómeno de forma eloquente: "O que parece apenas água a derreter é, na verdade, um motor que alimenta toda a cadeia alimentar marinha".
No entanto, a descoberta tem um lado duplo.
Embora o aumento do fitoplâncton contribua para a absorção de dióxido de carbono através da fotossíntese, a própria água de degelo altera a química do fiorde, reduzindo a sua capacidade de dissolver CO2. O balanço final mostra um pequeno aumento na absorção de carbono, mas os cientistas alertam para a complexidade e os riscos associados a estas rápidas mudanças no ecossistema.













