Investigadores portugueses do Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) de Castelo Branco participaram num estudo internacional que demonstrou a influência significativa da microbiota intestinal na perda de peso em adultos com obesidade. A investigação sugere que certas bactérias benéficas, como a *Faecalibacterium*, podem potenciar a redução de gordura corporal durante programas de emagrecimento. Publicado na revista científica *Nutrients*, o estudo intitulado “Gut Microbiota Shifts After a Weight Loss Program in Adults with Obesity: The WLM3P Study” avaliou, durante seis meses, adultos com obesidade submetidos a um programa multidimensional de perda de peso.
Este programa combinava restrição calórica, uma dieta rica em proteína e pobre em hidratos de carbono, suplementação e acompanhamento digital.
Os resultados foram comparados com os de um grupo que seguiu uma dieta tradicional.
A equipa do CATAA utilizou tecnologias avançadas de sequenciação de nova geração para uma caracterização aprofundada das espécies bacterianas presentes.
O grupo que seguiu o programa multicomponente registou um aumento significativo da diversidade da microbiota intestinal.
Notavelmente, observou-se uma maior presença de bactérias benéficas como a *Faecalibacterium*, e esta abundância foi associada a reduções mais significativas de massa gorda e gordura visceral. Estes resultados sugerem a existência de um mecanismo mediado pela microbiota que influencia o sucesso da perda de peso, abrindo portas para intervenções dietéticas mais personalizadas e eficazes no combate à obesidade.
Em resumoA investigação estabelece uma ligação clara entre a composição da microbiota intestinal e a eficácia dos programas de perda de peso. O aumento da diversidade microbiana e a abundância de bactérias como a *Faecalibacterium* parecem ser fatores chave para uma maior redução de gordura, destacando o potencial de futuras terapias focadas no microbioma para tratar a obesidade.