Esta descoberta, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), abre portas a tratamentos oncológicos mais personalizados e eficazes.
A investigação, realizada por cientistas do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), analisou uma vasta base de dados do Cancer Genome Atlas Program, que agrega informação molecular de mais de 11 mil casos oncológicos. O ponto de partida foi a questão de por que motivo certas mutações genéticas causam cancro em determinados tecidos e noutros não. A equipa concluiu que a resposta reside na complexa rede de interações proteicas.
O estudo demonstrou que as "proteínas vizinhas" de uma proteína mutada (conhecida como "driver") têm um papel decisivo, podendo inibir a doença ou, pelo contrário, potenciar a sua evolução.
Esta dinâmica torna estas proteínas vizinhas em "alvos promissores para tratamentos com fármacos", permitindo, em teoria, personalizar e direcionar melhor as terapias para variados tipos de cancro.
Apesar das conclusões animadoras, o investigador Francisco Pinto apela a um "otimismo moderado", lembrando que o desenvolvimento de novos fármacos é um longo processo. “Mesmo que cheguemos ao desenvolvimento de fármacos, estes podem ter problemas de toxicidade, efeitos adversos.
Ainda há um longo caminho a percorrer”, salientou.
No entanto, acrescentou que “é excelente termos identificado vários alvos, isso aumenta a probabilidade de chegar ao objetivo final, que é o tratamento eficaz da doença”.














