Durante a última Idade do Gelo, o mamute-lanoso ocupava o que é hoje o Canadá e o norte dos EUA, enquanto o mamute-colombiano vivia mais a sul.

Adaptados a diferentes climas, acreditava-se que levavam vidas maioritariamente independentes.

No entanto, a análise de ADN de dois molares fossilizados mostrou que pertenciam a mamutes híbridos, indicando que as duas espécies se reproduziram repetidamente ao longo de milhares de anos. O professor Adrian Lister, coautor do estudo, destacou a mudança de paradigma: “Tradicionalmente, somos ensinados que espécies diferentes não podem cruzar-se entre si.

No entanto, à medida que a nossa capacidade de investigar a genética evoluiu, estamos a descobrir que isso já aconteceu muitas vezes”.

Esta investigação aprofunda uma descoberta de 2021, que demonstrou que o próprio mamute-colombiano surgiu da hibridação entre o mamute-das-estepes e o mamute-lanoso, após a travessia da ponte terrestre entre a Sibéria e o Alasca.

O novo estudo revela que este fluxo genético era bidirecional.

Um dos dentes analisados, com cerca de 36 mil anos, mostrou que o animal herdou mais de 21% do seu genoma de mamutes-colombianos, enquanto um dente mais recente, de 11 mil anos depois, apresentava quase 35% de ancestralidade colombiana.