A investigação, publicada na Geobiology, revela como minerais de carbonato de ferro atuaram como "cápsulas do tempo", protegendo moléculas orgânicas e oferecendo novas pistas sobre a vida pré-histórica.

Liderada pela Universidade Curtin, a equipa examinou coprólitos do famoso sítio fóssil de Mazon Creek, nos Estados Unidos.

Já se sabia que estes fósseis continham derivados de colesterol, indicando uma dieta carnívora, mas o mistério residia em como estas delicadas moléculas orgânicas sobreviveram por centenas de milhões de anos.

A teoria convencional apontava para os minerais fosfáticos, que são conhecidos por preservar a forma e estrutura dos tecidos moles.

No entanto, a nova investigação revelou que o verdadeiro segredo da preservação molecular estava em minúsculos grãos de carbonato de ferro espalhados pelo fóssil.

Estes grãos funcionaram como cápsulas protetoras microscópicas para as biomoléculas.

A equipa confirmou que este não era um fenómeno isolado, tendo encontrado o mesmo padrão numa vasta gama de fósseis de diferentes espécies, ambientes e períodos geológicos.

A professora Kliti Grice, coautora do estudo, afirmou: “Esta não é apenas uma descoberta única ou casual — é um padrão que estamos a começar a ver repetido, o que nos diz que os minerais carbonatados têm preservado silenciosamente a informação biológica ao longo da história da Terra”.

Esta compreensão permitirá aos cientistas procurar fósseis de forma mais direcionada, focando-se em locais com as condições minerais ideais para a preservação de pistas moleculares sobre a vida antiga.