Esta descoberta pode ser crucial para o diagnóstico precoce e para o desenvolvimento de novos tratamentos para a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo.

A tecnologia, designada "Deteção Avançada de Agregados - Doença de Parkinson" (ASA-PD), gera imagens em larga escala dos agregados proteicos, conhecidos como "oligómeros de alfa-sinucleína", no tecido cerebral. Estes grupos de proteínas são tão pequenos que até agora eram invisíveis, situando-se na mesma escala de moléculas biológicas complexas.

O estudo, publicado na revista Nature Biomedical Engineering, foi conduzido por investigadores de instituições do Reino Unido e do Canadá.

Para obter os resultados, os cientistas examinaram e compararam amostras de tecido cerebral de pessoas falecidas com Parkinson e de indivíduos saudáveis com idades próximas. Embora tenham encontrado a presença dos oligómeros em ambos os grupos, a principal diferença residia no facto de, nos cérebros com a doença, estes serem "maiores, mais brilhantes e mais numerosos", sugerindo uma relação direta com a progressão da patologia. A descoberta mais significativa foi a identificação de uma subclasse destes oligómeros que apareceu apenas nos doentes de Parkinson.

Esta subclasse pode constituir o primeiro marcador visível da doença, potencialmente detetável anos antes do aparecimento dos sintomas clínicos.

A capacidade de visualizar estes agregados pode ajudar a desvendar os mecanismos através dos quais a doença se espalha pelo cérebro e apoiar o desenvolvimento de diagnósticos e terapias mais eficazes.