A equipa de investigadoras da UCIBIO da NOVA FCT criou um material com propriedades óticas únicas ao combinar gelatina com moléculas que alteram a passagem da luz.
O resultado são "impressões digitais óticas, únicas e não replicáveis", que funcionam como selos microscópicos e praticamente invisíveis.
Segundo Susana Palma, primeira autora do artigo publicado na revista Communications Materials, estes selos são constituídos por cerca de 80% de materiais biodegradáveis, sendo "fáceis de produzir, seguros e amigos do ambiente".
A verificação da autenticidade pode ser feita em dois níveis.
O primeiro, mais simples, recorre a um microscópio ou mesmo a um smartphone para detetar padrões coloridos distintos, semelhantes a pequenos arco-íris, que variam de selo para selo.
O segundo nível de segurança, ainda mais inovador, reside na capacidade da gelatina modificada de alterar o seu padrão ótico quando exposta a certos estímulos, como vapores de acetona. Este "padrão ótico dinâmico" torna os selos impossíveis de falsificar.
Cecília Roque, coordenadora do estudo, destaca que a investigação mostra como "é possível transformar um material simples e natural, como a gelatina, numa poderosa ferramenta contra a contrafação". O projeto, que recebeu financiamento do Conselho Europeu de Investigação e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, visa agora desenvolver um protótipo que combine os selos de gelatina com inteligência artificial.














