A ciência do rejuvenescimento celular e a reprogramação de células adultas são apontadas como a base para um futuro onde as doenças crónicas poderão ser curadas e a vida prolongada de forma saudável.

Na cimeira internacional da longevidade, que decorreu em Madrid, especialistas debateram os limites da vida e as novas terapêuticas.

O engenheiro José Luis Cordeiro, organizador do encontro, afirmou não ter dúvidas sobre esta possibilidade: "Não é que vamos ter mais 150 anos. Vamos ter menos 150 anos.

E isso será para todos".

A base científica para este otimismo remonta ao Prémio Nobel da Medicina de 2012, atribuído a John B. Gurdon e Shinya Yamanaka pela descoberta da reprogramação de células adultas em células-tronco pluripotentes, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido. Segundo Cordeiro, este avanço permite perspetivar o rejuvenescimento de órgãos como fígados, rins e corações.

"Basicamente, vamos curar todas as doenças crónicas.

Não haverá cancro, não haverá Alzheimer, não haverá Parkinson. O objetivo é viver indefinidamente jovem, não indefinidamente velho", acrescentou.

Outros especialistas, como Mehmood Khan da Fundação Hevolution, salientaram a necessidade de prolongar a saúde ao longo da vida e democratizar o acesso a estas tecnologias.

Apesar do foco na biotecnologia, foi também realçado que a dieta, o exercício e as relações familiares continuam a ser ingredientes fundamentais para viver mais e melhor.

O biogerontólogo Steve Horvath considera que atingir os 150 anos "acontecerá em algum momento", sendo a única questão "quando".