O espécime exibe uma combinação invulgar de características de ambos os grupos, refutando teorias anteriores e oferecendo novas perspetivas sobre a origem das serpentes.

O fóssil, um dos mais antigos e completos lagartos fósseis descobertos até à data, foi encontrado na Ilha de Skye e o seu nome gaélico significa "falsa cobra de Elgol".

A investigação, publicada na revista Nature, revela que o *Breugnathair* possuía mandíbulas serpentinas e dentes curvos semelhantes aos das pítons modernas, mas, ao mesmo tempo, tinha o corpo curto e os membros totalmente formados de um lagarto.

Esta coexistência de características de cobra e de lagartixa no mesmo animal refuta descobertas anteriores, que sugeriam que ossos com estas características distintas, encontrados juntos, pertenciam a dois animais diferentes.

Com quase 40 centímetros de comprimento, o *Breugnathair* era um dos maiores lagartos do seu ecossistema. Roger Benson, um dos autores do estudo, destacou a natureza primitiva do espécime, afirmando que "isto pode dizer-nos que os antepassados das cobras eram muito diferentes do que esperávamos, ou pode ser uma evidência de que os hábitos predatórios serpenteantes evoluíram separadamente num grupo primitivo e extinto". Devido à sua invulgar combinação de características e à escassez de outros fósseis do período, os investigadores ainda não chegaram a uma resposta conclusiva sobre se o *Breugnathair* é um antepassado direto das cobras ou se representa um ramo evolutivo distinto que desenvolveu características semelhantes de forma independente.