Esta investigação fundamental identificou as células T reguladoras, abrindo portas a novos tratamentos para cancro e doenças autoimunes.
A distinção reconhece o trabalho pioneiro dos três cientistas — dois norte-americanos e um japonês — que, entre a década de 1990 e 2001, desvendaram um mecanismo crucial que impede o sistema imunitário de atacar o próprio corpo.
A sua investigação levou à identificação das células T reguladoras, descritas como os "guardas de segurança" do nosso sistema imunitário. Estas células são essenciais para manter o equilíbrio e prevenir o desenvolvimento de doenças autoimunes graves, nas quais as defesas do organismo se voltam contra os seus próprios tecidos. A importância desta descoberta é sublinhada por Olle Kämpe, presidente do Comité Nobel, que afirmou: "As suas descobertas foram decisivas para a nossa compreensão de como funciona o sistema imunitário e porque nem todos desenvolvemos doenças auto-imunes graves".
O trabalho dos laureados lançou as bases para o campo da tolerância periférica e estimulou o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. As implicações clínicas são vastas, abrangendo desde o tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e a diabetes tipo 1, até à melhoria do sucesso dos transplantes de órgãos, ao modular a resposta imunitária para evitar a rejeição.
Além disso, a manipulação destas células tornou-se uma estratégia promissora na oncologia, onde se procura desativar a sua função para permitir que o sistema imunitário ataque eficazmente as células cancerígenas.
Este prémio consagra assim uma descoberta que não só resolveu um enigma fundamental da imunologia, mas também abriu um novo e vasto horizonte de aplicações médicas.














