A descoberta, publicada no *Journal of Geophysical Research: Biogeosciences*, sublinha a resiliência da vida em condições extremas e alerta para as potenciais consequências do degelo para as alterações climáticas.

Trabalhando com amostras recolhidas no Túnel de Permafrost do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, no Alasca, os cientistas descobriram que, após o degelo, os micróbios antigos presentes na mistura de solo e gelo reativam-se em poucos meses.

Estes microrganismos começam a reproduzir-se e a formar colónias, chegando a produzir estruturas visíveis a olho nu, chamadas "biofilmes", ao fim de seis meses.

O autor principal, Tristan Caro, afirmou em comunicado que as amostras "não são amostras mortas, nem de longe", destacando a sua viabilidade.

Esta reativação tem implicações climáticas significativas.

O permafrost, que cobre quase um quarto da superfície terrestre do hemisfério norte, funciona como um "cemitério gelado", armazenando enormes quantidades de matéria orgânica de plantas e animais antigos. À medida que o planeta aquece e o permafrost derrete a um "ritmo alarmante", estes micróbios recém-despertos começam a decompor essa matéria orgânica.

Este processo liberta para a atmosfera dióxido de carbono e metano, ambos potentes gases com efeito de estufa. Este fenómeno cria um ciclo de retroalimentação perigoso, onde o aquecimento causado pelas emissões humanas leva ao degelo, que por sua vez liberta mais gases de estufa, acelerando ainda mais o aquecimento global.