As suas experiências provaram que os fenómenos quânticos podem manifestar-se em sistemas suficientemente grandes para serem vistos e manipulados, abrindo portas à “segunda revolução quântica”.

O trabalho dos laureados, realizado entre 1984 e 1985, abordou uma questão fundamental da física: o tamanho máximo de um sistema capaz de exibir efeitos quânticos. Utilizando um circuito eletrónico construído com supercondutores e uma fina camada de material não condutor (uma configuração conhecida como junção Josephson), eles conseguiram que o sistema macroscópico se comportasse como uma única partícula quântica. A Real Academia Sueca de Ciências explica que o sistema demonstrou o seu caráter quântico ao conseguir escapar de um estado de tensão zero através do efeito de tunelamento, um fenómeno em que uma partícula atravessa uma barreira que, segundo a física clássica, não conseguiria superar. Além disso, provaram que o sistema era quantizado, ou seja, só podia absorver ou emitir quantidades específicas de energia.

A importância desta descoberta reside na sua capacidade de unir o mundo microscópico da mecânica quântica com o mundo macroscópico.

Olle Eriksson, presidente do Comité Nobel de Física, afirmou que “é maravilhoso poder celebrar a maneira como a mecânica quântica centenária oferece continuamente novas surpresas”.

As suas descobertas são consideradas a base para a próxima geração de tecnologia quântica, incluindo computadores quânticos, criptografia quântica e sensores quânticos, que prometem revolucionar a computação e a segurança da informação.