A nova ferramenta revela sub-regiões cerebrais até agora desconhecidas, abrindo caminho para uma melhor compreensão de funções, comportamentos e doenças.

O novo mapa cerebral foi construído inteiramente a partir de dados transcriptómicos espaciais de grande escala, em vez de depender da interpretação humana. O modelo de IA CellTransformer, baseado na mesma tecnologia de ferramentas como o ChatGPT, destaca-se pela sua capacidade de compreender o contexto. Conseguiu interpretar como as células estão organizadas e relacionadas, definindo regiões e subdivisões cerebrais com base em “cálculos de vizinhanças celulares partilhadas”, de forma análoga à definição de bairros numa cidade pelos tipos de edifícios existentes. O resultado é um mapa de uma precisão nunca antes vista, que permite associar funções específicas a regiões celulares mais pequenas e precisas. Bosiljka Tasic, uma das autoras do estudo, compara o avanço a “passar de um mapa que mostra apenas continentes e países para um que mostra estados e cidades”.

A descoberta mais significativa foi a revelação de sub-regiões cerebrais até agora desconhecidas, que, segundo os investigadores, correspondem provavelmente a funções cerebrais especializadas ainda por descobrir.

Este mapa fornece um “roteiro para novas hipóteses e experiências sobre o papel que estas regiões desempenham”, representando um avanço fundamental para a neurociência.