Na experiência, os cientistas cultivaram rabanetes num sistema hidropónico e introduziram na água uma solução com nanopartículas de poliestireno marcadas com carbono radioativo.

Após cinco dias, constataram que as plantas tinham absorvido cerca de 5% das partículas.

Destas, aproximadamente um quarto acumulou-se na raiz comestível e 10% nas folhas.

Um dos aspetos mais significativos da descoberta é que os nanoplásticos conseguiram ultrapassar a faixa de Caspary, uma estrutura nas raízes que funciona como uma barreira natural contra substâncias nocivas.

Este é o primeiro estudo a demonstrar que esta defesa pode ser contornada por partículas de plástico.

Os investigadores alertam que este fenómeno provavelmente não se limita aos rabanetes, sendo plausível que diversas culturas agrícolas em todo o mundo estejam a acumular nanoplásticos.

Richard Thompson, coautor do estudo, afirmou que a descoberta “representa um novo capítulo na compreensão dos potenciais efeitos nocivos dos micro e nanoplásticos na saúde humana”.