A técnica, baseada na edição de ADN de alta precisão, demonstrou ser capaz de travar o crescimento tumoral em testes de laboratório.
O gene KRAS funciona como um “interruptor molecular” que regula o crescimento e a divisão celular.
Em muitos cancros, uma mutação faz com que este interruptor fique permanentemente “ligado”, levando a uma multiplicação descontrolada das células e à formação de tumores agressivos e de mau prognóstico. A equipa de investigação, do Centro de Investigação Genómica e Oncológica de Granada, desenvolveu uma terapia que utiliza o sistema de edição genética de alta fidelidade HiFi-Cas9 para corrigir esta falha diretamente no ADN das células tumorais. Em vez de tentar bloquear a proteína defeituosa já produzida, esta abordagem visa “eliminar a mutação na sua origem genética”, como explicou o líder da investigação, Pedro P. Medina.
Segundo o professor, “o estudo representa um marco ao demonstrar que é possível eliminar mutações-chave diretamente do ADN tumoral.
(...) Pode redefinir a forma como abordamos certos tipos de cancro”.
A estratégia foi validada em culturas de células e em ratos com cancro do pulmão.
Nos testes, a edição genética reduziu drasticamente a viabilidade das células tumorais e atrasou significativamente o crescimento dos tumores, mostrando-se, em alguns casos, superior ao medicamento Sotorasibe.
Apesar do sucesso, os cientistas advertem que a terapia ainda não está pronta para ser utilizada em pacientes, sendo necessário desenvolver métodos seguros e eficientes para aplicar a tecnologia em humanos e garantir a sua segurança a longo prazo.














