A investigação, publicada na revista ACS Nano, baseia-se na terapia fototérmica (PTT), que utiliza nanomateriais para converter luz em calor localizado e destruir células tumorais.
A equipa transformou pó de dissulfeto de estanho em nanoflocos de óxido de estanho, que funcionam como “nano-aquecedores” quando iluminados por luz infravermelha próxima. Em apenas 30 minutos de exposição, a terapia conseguiu destruir 92% das células de cancro da pele e cerca de 50% das células de cancro do cólon em testes de laboratório.
Um dos aspetos mais promissores é a seletividade do tratamento: as células cancerígenas, mais sensíveis ao stress térmico, foram eliminadas, enquanto as células saudáveis se mostraram menos afetadas.
O grande avanço desta técnica reside no uso de LEDs em vez de lasers, tradicionalmente utilizados em PTT.
Artur Moreira Pinto, coordenador do projeto na FEUP, sublinha a mudança de paradigma: “Mostrámos que é possível combinar nanomateriais com LEDs para obter uma fototerapia eficaz e seletiva contra células tumorais.
Os LEDs, ao contrário dos lasers, são mais seguros, baratos e de pequenas dimensões”.
Esta simplicidade não só reduz os custos e os riscos, mas também abre a porta a tratamentos portáteis que poderiam ser administrados fora do ambiente hospitalar, especialmente em regiões com acesso limitado a tecnologias médicas avançadas. A terapia não envolve os químicos tóxicos da quimioterapia, representando um avanço significativo para tratamentos oncológicos mais acessíveis e com menos efeitos secundários.














