A campanha, que monitorizou a riqueza e as fragilidades do parque marinho, fornecerá dados cruciais para a sua gestão e proteção futuras.
Realizada a bordo do navio Santa Maria Manuela, a expedição reuniu dezenas de investigadores do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR), da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa. Durante seis dias, as equipas realizaram mais de 30 mergulhos e utilizaram tecnologias como drones e veículos operados remotamente (ROV) para mapear os habitats e inventariar a biodiversidade do parque marinho da Pedra do Valado.
Embora as cerca de 20 espécies identificadas não sejam novas para a ciência, a sua presença nesta área era desconhecida, aumentando o inventário local, que já conta com 1.059 espécies.
Jorge Gonçalves, coordenador científico, destacou a descoberta de “uma espécie relativamente grande [de gorgónia] que não estava registada no parque”. Um dos focos da expedição foram os habitats de “maerl”, formados por algas calcárias de crescimento lento (cerca de um milímetro por ano) da espécie *Lithothamnion corallioides*. Estes ecossistemas, que formam uma espécie de dunas submersas, são extremamente importantes, funcionando como “verdadeiros reservatórios de carbono azul” e como micro-habitats para centenas de outros organismos. A informação recolhida será fundamental para a elaboração do programa especial e do regulamento de gestão do parque, que definirão as regras de utilização e as zonas de proteção, incluindo as de proteção total. Os dados reforçam a importância ecológica do recife e a necessidade de medidas de conservação eficazes para preservar a sua notável biodiversidade.














