O novo modelo, semelhante a um embrião humano mas criado sem recurso a óvulos ou esperma, simula as alterações celulares que ocorrem nos primeiros dias de vida.

Publicado na revista *Cell Reports*, o estudo detalha como os 'hematoides' se organizam autonomamente nas três camadas germinativas essenciais (ectoderme, mesoderme e endoderme) em apenas dois dias.

Ao oitavo dia, formam-se células cardíacas e, ao 13.º dia, surgem manchas vermelhas de sangue, replicando o processo de desenvolvimento embrionário. A equipa demonstrou que as células estaminais sanguíneas produzidas por este modelo podem diferenciar-se em vários tipos de células, incluindo células imunitárias especializadas como as células T. Os cientistas sublinham que estas estruturas tridimensionais, ainda em fase inicial de estudo, são distintas de embriões humanos reais, pois não possuem tecidos como o saco vitelino ou a placenta e “não podem transformar-se em embriões reais”.

Esta tecnologia oferece uma nova ferramenta para compreender a formação do sangue e poderá ser crucial para desenvolver novas terapias e fontes de sangue para transfusões, contornando algumas das limitações éticas e práticas da investigação embrionária tradicional.