O estudo, publicado na revista *Science*, resolve um mistério que intrigava os cientistas há quase 25 anos.
A hipótese de que estes morcegos predavam aves surgiu da análise de excrementos que continham penas, mas a demonstração direta do comportamento de caça era inexistente. Para o conseguir, os investigadores equiparam os morcegos com dispositivos ultraleves, desenvolvidos pela Universidade de Aarhus, capazes de registar sons, aceleração e altitude.
As gravações revelaram um padrão de caça distinto do usado para insetos. Numa das interações documentadas, um morcego perseguiu um pisco-de-peito-ruivo durante quase três minutos, mergulhando a alta velocidade. O dispositivo captou 19 vocalizações de alarme da ave, seguidas de 23 minutos de sons de mastigação contínua, enquanto o morcego se mantinha em voo a baixa altitude.
“Ouvir as gravações foi uma experiência fascinante”, contou Elena Tena, investigadora e autora principal do estudo.
“Era como viajar com o morcego-arborícola-gigante durante o voo.” A investigação sugere ainda que os morcegos arrancam as asas das presas para facilitar o consumo em pleno ar.
A descoberta é crucial para a ecologia e conservação desta espécie, classificada como Vulnerável.













