A espécie distingue-se das outras do mesmo género pela presença de “cristas muito pronunciadas em cada um dos segmentos do corpo”, uma característica única que permitiu a sua identificação.
A descoberta ocorreu num tipo de habitat subterrâneo específico, conhecido como colovião, localizado a cerca de 60 centímetros da superfície. Segundo Rita Eusébio, esta é a primeira espécie descrita neste tipo de habitat, que funciona como “um refúgio para as espécies de superfície”.
A bióloga sublinha que a descoberta “traz alguma importância para estes habitats que são protegidos mas que não são muito conhecidos em Portugal”. “Visto que há o potencial para a descoberta de novas espécies, isto é um bom chapéu para colocar estes habitats no radar e aumentar a sua proteção”, acrescentou.
O trabalho, descrito na revista científica *Subterranean Biology*, foi desenvolvido no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com orientação da bióloga Ana Sofia Reboleira e em colaboração com o especialista italiano Stefano Taiti.
A investigação alerta ainda para o importante papel ecológico dos bichos-de-conta, que são “grandes recicladores de matéria orgânica” ao consumirem detritos vegetais e contribuírem para a saúde dos ecossistemas.













