A descoberta abre caminho a aplicações tecnológicas revolucionárias, desde o armazenamento de energia a novos métodos de purificação de água. O estudo, publicado na revista *Nature* e liderado pela Universidade de Manchester, revelou que a água em espaços de apenas um ou dois nanómetros — um milhão de vezes inferior a um milímetro — se torna, por um lado, “extremamente condutora de eletricidade”, a níveis comparáveis aos de líquidos superiónicos, e, por outro, desenvolve uma “gigantesca capacidade de armazenamento de energia elétrica”. Este comportamento duplo resolve um paradoxo aparente, uma vez que a mesma equipa tinha publicado em 2018, na revista *Science*, que a água confinada não conduzia eletricidade. A chave para esta aparente contradição reside na anisotropia: a propriedade de a água ter características diferentes dependendo da direção em que é medida.

Enquanto o estudo de 2018 mediu a condutividade de forma vertical às camadas confinantes, o novo trabalho mediu-a em paralelo, revelando o seu enorme potencial. Este comportamento anómalo cria as condições ideais para o desenvolvimento de uma nova geração de tecnologias, incluindo baterias e supercondensadores mais pequenos e eficientes, membranas para dessalinização e purificação de água, e avanços na área da biomedicina.