Esta estrutura, denominada “hematoide”, representa um avanço significativo para a compreensão do desenvolvimento humano e abre novas perspetivas para o tratamento de doenças sanguíneas e a produção de sangue para transplantes.

Criados por cientistas da Universidade de Cambridge, os hematoides imitam as alterações celulares que ocorrem no início do desenvolvimento embrionário.

O modelo auto-organiza-se nas três camadas germinativas essenciais (ectoderme, mesoderme e endoderme) e, ao décimo terceiro dia, já apresenta manchas vermelhas de sangue, replicando o processo natural.

Crucialmente, a equipa demonstrou que as células estaminais sanguíneas geradas nos hematoides são funcionais e podem diferenciar-se em vários tipos de células, incluindo células imunitárias especializadas como as células T.

Um dos biólogos envolvidos no estudo indicou que o modelo tem um “grande potencial” para compreender a formação do sangue fetal e para simular doenças como a leucemia.

A capacidade de produzir células estaminais sanguíneas duradouras em laboratório poderá, no futuro, fornecer uma fonte alternativa para transplantes, superando a dependência de dadores compatíveis. Os investigadores sublinham, no entanto, que os hematoides não são embriões reais: carecem de tecidos essenciais como o saco vitelino e a placenta, e não têm a capacidade de se desenvolver num embrião viável, o que mitiga preocupações éticas associadas a este tipo de investigação.