A investigação, publicada na revista científica “Subterranean Biology”, identificou a nova espécie em Alcobertas, no concelho de Rio Maior, a cerca de 60 centímetros da superfície.
O que distingue a Eluma cristata das outras espécies conhecidas do mesmo género são as “cristas muito pronunciadas em cada um dos segmentos do corpo”, uma característica morfológica inédita.
A descoberta foi realizada no âmbito do doutoramento de Rita Eusébio no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), sob orientação de Ana Sofia Reboleira, uma especialista em espécies cavernícolas.
O trabalho sublinha a relevância dos coloviões, um tipo de habitat subterrâneo mais próximo da superfície do que as grutas, que funcionam como refúgio para muitas espécies. A bióloga Rita Eusébio destacou a importância de proteger estes ecossistemas: “Visto que há o potencial para a descoberta de novas espécies, isto é um bom chapéu para colocar estes habitats no radar e aumentar a sua proteção, porque eles são muito importantes”. Além do valor científico intrínseco, a descoberta chama a atenção para o papel ecológico fundamental dos bichos-de-conta. Como explicou a orientadora do estudo, estes organismos são “grandes recicladores de matéria orgânica”, consumindo detritos vegetais e contribuindo para a saúde dos ecossistemas.
O projeto insere-se na Cátedra em Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé, que visa aprofundar o conhecimento sobre estes ambientes em Portugal.













