A colaboração com a Universidade de Yale abre um novo caminho para o desenvolvimento de terapias oncológicas mais eficazes. O modelo de IA, denominado Cell2Sentence-Scale 27b (C2S-Scale), analisou dados de células individuais para encontrar um medicamento que pudesse forçar os tumores a exibir sinais que ativassem o sistema imunitário, um processo conhecido como “apresentação de antigénios”. O modelo propôs uma hipótese inédita: o fármaco silmitasertib, um inibidor da quinase CK2, poderia aumentar esta apresentação de antigénios, tornando os tumores mais “visíveis” para as defesas do corpo.

Embora a CK2 fosse conhecida por modular o sistema imunitário, a sua ligação direta a este processo não tinha sido demonstrada.

Para testar a previsão, cientistas da Google realizaram experiências em laboratório, combinando o silmitasertib com uma dose baixa de interferão, uma proteína imunitária. O resultado confirmou a hipótese da IA, com um aumento de 50% na apresentação de antigénios.

Sundar Pichai, CEO da Google, destacou a importância do avanço, embora tenha ressalvado a necessidade de mais testes clínicos e pré-clínicos.

A Google disponibilizou o modelo e os recursos associados nas plataformas HuggingFace e GitHub para que a comunidade científica possa dar continuidade à investigação, demonstrando o potencial da IA não apenas para processar dados, mas para gerar conhecimento novo e testável.