Sem flores, a planta não produz vagens e, consequentemente, não liberta sementes, quebrando o seu ciclo reprodutivo e impedindo o reforço do banco de sementes no solo. Liliana Neto Duarte, primeira autora do estudo, explica que, “ao fim de nove anos, a produção de sementes praticamente desapareceu nas áreas onde o agente está estabelecido há mais tempo”. A introdução do inseto em Portugal, em 2015, foi autorizada após mais de uma década de testes de risco para garantir que não afetaria outras espécies. A eficácia do método já tinha sido comprovada na África do Sul, onde foi introduzido na década de 1980 com resultados igualmente positivos.

Os investigadores observaram também um enfraquecimento progressivo das árvores sob forte pressão das galhas, podendo levar à sua morte.

Elizabete Marchante, também investigadora do projeto, sublinha que “este é um passo essencial para quebrar o ciclo reprodutivo da acácia-de-espigas, criando condições para a regeneração da vegetação nativa dunar”. A equipa defende que este controlo biológico deve ser integrado com outras práticas, como o corte mecânico, para assegurar a sustentabilidade do controlo a longo prazo.