Este avanço, publicado na prestigiada revista *New England Journal of Medicine*, representa uma nova era na restauração da visão para uma das principais causas de cegueira irreversível em idosos.

O dispositivo, conhecido como sistema PRIMA, consiste num chip flexível de 2x2 mm implantado na retina.

O sistema funciona em conjunto com uma câmara acoplada a uns óculos especiais, que capta imagens e as projeta no implante através de luz infravermelha. O chip converte essa luz em sinais elétricos que estimulam as células retinianas remanescentes, restaurando o fluxo de informação visual para o cérebro.

O ensaio clínico envolveu 38 pacientes de cinco países europeus.

Dos 32 que completaram o seguimento de 12 meses, 27 conseguiram ler e 26 obtiveram “melhorias clinicamente significativas” na acuidade visual.

Em média, os participantes conseguiram ler mais cinco linhas numa tabela oftalmológica padrão.

José-Alain Sahel, autor sénior do estudo e chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade de Pittsburgh, afirmou: “É a primeira vez que qualquer tentativa de restauração da visão conseguiu tais resultados num grande número de doentes”. O sistema foi desenvolvido na Universidade de Stanford por Daniel Palanker e representa uma esperança para milhões de pessoas afetadas pela atrofia geográfica, a forma mais severa de DMI.

A empresa Science Corporation já solicitou autorização para uso clínico na Europa e nos Estados Unidos, com base nestes resultados promissores.