A investigação, publicada na revista Neurotherapeutics por cientistas do Instituto de Neurociências (CSIC/UMH), identificou um conjunto de biomarcadores sanguíneos que podem sinalizar a doença em fases pré-clínicas. Ao analisar amostras de sangue de 23 doentes recém-diagnosticados e ainda sem tratamento, a equipa encontrou 22 genes com alterações específicas na sua expressão, em comparação com 16 indivíduos saudáveis.

Segundo a investigadora Marina Guillot, que liderou as análises, estas alterações genéticas podem servir como marcadores eficazes para um diagnóstico mais fácil e precoce.

Atualmente, o diagnóstico de Parkinson baseia-se em sintomas motores que surgem quando a doença já está avançada.

Este novo método, por ser minimamente invasivo e baseado numa simples colheita de sangue, oferece uma alternativa promissora aos métodos atuais.

O investigador Jorge Manzanares, da UMH, sublinhou que, como o início e a progressão da doença ainda não são totalmente compreendidos e os tratamentos atuais têm eficácia limitada, esta abordagem poderá ser fundamental para o desenvolvimento de terapias futuras mais eficazes e personalizadas. Embora a ferramenta ainda não esteja disponível para uso clínico, o seu potencial para melhorar a monitorização da progressão da doença e facilitar a intervenção precoce é imenso, podendo transformar a gestão clínica do Parkinson a nível global.