Esta descoberta poderá ter um impacto profundo na segurança alimentar global e na eficiência da agricultura.
O estudo, publicado na revista PNAS, focou-se num mutante espontâneo do trigo comum e revelou que uma reorganização complexa do genoma ativou um gene normalmente inativo, o WUSCHEL-D1 (WUS-D1).
Quando este gene é ativado nas fases iniciais do desenvolvimento floral, provoca uma ampliação dos tecidos que formam a flor, permitindo a produção de órgãos reprodutivos femininos adicionais.
Como cada ovário pode originar um grão, esta característica genética tem o potencial de aumentar drasticamente o número de grãos por espiga. Vijay Tiwari, professor associado na Universidade de Maryland e coautor do estudo, explica que “esta identificação oferece aos especialistas em melhoramento vegetal um caminho para criar novas variedades de trigo”. Com recurso a ferramentas de edição genética, os cientistas poderão agora aperfeiçoar esta característica para otimizar a produção.
A investigação, que contou com a participação de instituições da Austrália, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Nova Zelândia, também fornece novas perspetivas sobre os mecanismos que regulam o rendimento em cereais.
Segundo Scott Boden, da Universidade de Adelaide, o gene WUS-D1 é um “regulador essencial na formação do ovário”.
Os investigadores acreditam que a descoberta poderá ser aplicada a outras culturas importantes, como o milho, o arroz e a cevada, contribuindo para responder às crescentes necessidades alimentares da população mundial.










