Publicada na revista Science, a investigação apresenta a plataforma “Geminivirus Replicon-Assisted in Planta Directed Evolution” (GRAPE), que funciona como um processo de seleção natural acelerado em laboratório. O método baseia-se em geminivírus, conhecidos pela sua capacidade de replicação rápida, para criar múltiplas variantes de um gene de interesse. Estas variantes são inseridas em “réplicas” de ADN circular e entregues nas folhas de uma planta, como a *Nicotiana benthamiana*. Se uma variante genética desempenhar a função desejada pelos investigadores, o sistema desencadeia a produção de mais cópias de si mesma, tornando-se mais comum, enquanto as variantes menos eficazes desaparecem.
Este ciclo de seleção ocorre numa folha em apenas quatro dias, uma velocidade notável para os padrões das plantas. A equipa, liderada pelos professores Gao Caixia e Qiu Jinlong, já utilizou a abordagem para alargar o reconhecimento imunitário das plantas, abrindo caminho para a obtenção mais rápida de culturas resistentes a doenças.
A grande vantagem do GRAPE é que a seleção ocorre diretamente nas células vegetais, tornando-o mais adaptado a problemas específicos das plantas do que os sistemas que desenvolvem genes em micróbios.
A velocidade, escalabilidade e a transição mais direta do laboratório para o campo podem tornar o GRAPE uma ferramenta fundamental para a engenharia de culturas e para uma agricultura mais resiliente.










