A descoberta, publicada na revista Science, oferece uma reconstrução mais realista da aparência e locomoção da espécie *Edmontosaurus annectens*.
Os espécimes, encontrados no estado do Wyoming, nos Estados Unidos, viveram há 66 milhões de anos e foram preservados através de um processo de mumificação natural.
Segundo os investigadores, após a morte dos animais, uma fina camada de argila cobriu os corpos, criando uma “máscara” que preservou detalhes microscópicos da pele, espinhos e, mais notavelmente, das patas. O investigador Daniel Vidal descreveu o processo como fascinante, explicando que “não foi preservado qualquer tecido orgânico, mas sim uma fina 'máscara' de argila com menos de um milímetro de espessura que reproduz a pele com uma precisão microscópica”. Utilizando técnicas como a fotogrametria e a tomografia computorizada, a equipa, liderada pelo paleontólogo Paul Sereno, da Universidade de Chicago, conseguiu criar modelos 3D de alta precisão sem manipular os fósseis.
A característica “mais impressionante” revelada foi a estrutura das patas traseiras, que terminavam numa forma de casco plano. O estudo também permitiu recriar outros detalhes da aparência do *Edmontosaurus*, como uma crista grossa ao longo do pescoço e das costas, que se transformava numa fileira de espinhos na cauda. Esta descoberta não só altera a imagem que se tinha desta espécie, como também propõe um novo modelo para a compreensão de como os tecidos moles podem ser preservados em condições naturais, abrindo novos caminhos para o estudo de outros fósseis.











