O projeto, intitulado “Mapear e Monitorizar as áreas de potencial mineração profunda no Atlântico”, surge num momento em que a transição energética aumenta a procura por metais raros, essenciais para o fabrico de baterias e painéis solares, cujos depósitos se encontram a milhares de metros de profundidade.

No entanto, os riscos ambientais desta exploração são ainda mal compreendidos.

A investigação propõe-se a analisar a bibliografia científica sobre os ecossistemas marinhos profundos do Atlântico e a identificar os potenciais impactos da mineração, como a perturbação de sedimentos, a libertação de metais na água, o ruído e a poluição luminosa em ambientes de escuridão permanente.

O resultado será um mapa de conhecimento e risco ecológico que avaliará a sensibilidade destas zonas com base na biodiversidade registada e na sua vulnerabilidade.

Caio Ribeiro explica que “em paralelo [com a corrida aos recursos] tem de haver uma corrida à ciência.

(…) Só assim vamos perceber o que temos — e o que podemos perder”.

O trabalho focar-se-á em locais como fontes hidrotermais e nódulos polimetálicos, considerados “oásis de biodiversidade”. A iniciativa apoia a moratória de Portugal à mineração em águas profundas até 2050, procurando criar a base de conhecimento necessária para que futuras decisões sejam “baseadas em ciência e não em especulação”.