Duas investigações recentes, uma no Reino Unido e outra em Espanha, revelam métodos inovadores que podem revolucionar o diagnóstico, abrindo caminho para intervenções mais atempadas e eficazes.

Uma equipa da Universidade de Cambridge conseguiu, pela primeira vez, visualizar e medir diretamente no cérebro humano os pequenos aglomerados de proteína alfa-sinucleína, conhecidos como oligómeros, que se suspeita serem os primeiros sinais da doença. Utilizando um método de microscopia ultrassensível denominado ASA-PD, os cientistas observaram que, em amostras de tecido cerebral de doentes com Parkinson, estes aglomerados eram "maiores, mais brilhantes e muito mais numerosos" do que nos controlos.

Esta técnica permite ver o que antes era invisível, funcionando, segundo a autora principal Rebecca Andrews, "como poder ver estrelas em plena luz do dia".

A abordagem foca-se em detetar a doença nos seus estágios iniciais, ao contrário dos corpos de Lewy, que, como explica o professor Steven Lee, "essencialmente indicam onde a doença esteve, não onde está agora".

Paralelamente, investigadores do Instituto de Neurociências de Espanha desenvolveram um método baseado numa análise de sangue que identifica alterações na expressão de 22 genes específicos em pacientes recém-diagnosticados, mesmo antes de iniciarem tratamento. Este método minimamente invasivo representa um avanço significativo, pois os biomarcadores sanguíneos oferecem uma forma mais conveniente e acessível de diagnóstico precoce.

Embora ainda não esteja disponível para uso clínico, esta ferramenta poderá não só facilitar a deteção, mas também permitir uma monitorização mais adequada da progressão da doença, contribuindo para o desenvolvimento de terapias futuras mais personalizadas.