O estudo, publicado na Nature Communications, apresenta uma solução promissora para o duplo desafio da poluição plástica e da transição energética, ao converter o que é considerado lixo num recurso valioso.

O processo, desenvolvido na Universidade de Adelaide, permite o "upcycling" de plásticos comuns como PET, PVC, polietileno e polipropileno, incluindo misturas, em catalisadores de átomo único (single-atom catalysts, SACs). Estes materiais de ponta consistem em átomos metálicos isolados, ancorados numa estrutura de grafeno, o que lhes confere uma eficiência excecional em reações químicas. Para confirmar a estrutura atómica, os cientistas utilizaram a espectroscopia de absorção de raios X no Sincrotrão Australiano, verificando que os metais estavam dispersos como átomos individuais, e não como nanopartículas, o que, segundo o coautor Bernt Johannessen, é o "ingrediente secreto" para o seu desempenho superior. Os SACs produzidos a partir de resíduos plásticos demonstraram uma elevada capacidade na decomposição de micropoluentes na água e um excelente desempenho em tecnologias de energia limpa, como baterias e pilhas de combustível. Shiying Ren, primeira autora do estudo, destaca que "os plásticos, normalmente vistos como resíduos e um fardo ambiental, podem afinal ser um recurso valioso".

O coautor Xiaoguang Duan acrescenta que a técnica é versátil, de baixo custo e "funciona com diferentes tipos e misturas de plástico".

Esta descoberta representa um passo significativo em direção a uma economia circular, oferecendo uma nova vida aos plásticos e transformando-os em materiais essenciais para um futuro mais sustentável.