A investigação demonstra que estes primatas podem rever as suas crenças com base em novas evidências, aproximando-os das capacidades cognitivas humanas.

A investigação, conduzida por cientistas dos Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, desafia a ideia de que a racionalidade é um traço distintivo do pensamento humano.

O estudo foi realizado num santuário de chimpanzés numa ilha no Uganda, onde os primatas foram confrontados com duas caixas, uma contendo comida e outra vazia.

Inicialmente, os investigadores davam uma pista sobre qual caixa continha o alimento.

Posteriormente, apresentavam uma nova evidência que sugeria que a comida estava, afinal, na outra caixa.

Os resultados mostraram que os chimpanzés alteravam frequentemente a sua escolha com base nas novas informações. Emily Sanford, da Universidade da Califórnia em Berkeley e coautora do estudo, explica que “os chimpanzés foram capazes de rever as suas crenças quando melhores evidências se tornaram disponíveis”.

Acrescenta ainda que “este tipo de raciocínio flexível é algo que frequentemente associamos a crianças de quatro anos.

Foi entusiasmante mostrar que os chimpanzés também são capazes disso”. Para garantir que as respostas não eram apenas instintivas, a equipa utilizou experiências controladas e modelos computacionais que, segundo os cientistas, “confirmaram que o processo de tomada de decisão dos chimpanzés se alinhava com estratégias racionais de revisão de crenças”.