Um novo estudo, publicado na revista ‘Nature’, vem encerrar um debate de décadas na paleontologia ao confirmar que o Nanotyrannus não era um Tyrannosaurus rex juvenil, mas sim um género distinto de dinossauro carnívoro. A investigação, baseada na análise de um esqueleto excecionalmente preservado conhecido como o fóssil dos “Dueling Dinosaurs”, reescreve a história do ecossistema do final do período Cretácico. Durante mais de 40 anos, a comunidade científica debateu se os fósseis de tiranossauros mais pequenos e esguios, como o Nanotyrannus lancensis, representavam uma fase de crescimento do T. rex ou uma espécie separada. A investigação, conduzida pelos cientistas Lindsay Zanno e James Napoli, analisou um espécime completo de 67 milhões de anos encontrado na Formação Hell Creek, no Montana.
Os autores identificaram características ósseas que o diferenciam claramente do T. rex, como braços proporcionalmente maiores, uma cauda mais curta, pernas mais longas e um maior número de dentes.
A análise dos anéis de crescimento dos ossos indicou que o animal era maduro, e não um juvenil. “Não há como defender cientificamente que se trata de um T.rex”, afirma Napoli. Enquanto um T. rex adulto podia ultrapassar as 8 toneladas, o Nanotyrannus pesava cerca de 700 quilos, sugerindo que era um predador mais ágil e veloz, talvez comparável a uma chita, em contraste com a força bruta do T. rex, o “leão” do seu tempo. Segundo os autores, esta descoberta demonstra que “o ecossistema do Cretácico final era mais diverso e complexo do que se imaginava”, com pelo menos duas espécies de pequenos tiranossauros a coexistir com o seu parente gigante na América do Norte.
Em resumoA confirmação do Nanotyrannus como uma espécie distinta, e não um jovem T. rex, resolve uma das controvérsias mais duradouras da paleontologia. Esta descoberta revela uma maior diversidade de predadores de topo no final da era dos dinossauros e força uma reavaliação das teorias sobre a ecologia e a evolução dos tiranossaurídeos.