A sua codescoberta da estrutura em dupla hélice do ADN em 1953, juntamente com Francis Crick e com base no trabalho de outros cientistas, revolucionou a ciência e abriu caminho para a era da genómica. A morte de Watson, confirmada pelo laboratório Cold Spring Harbor que ele fundou, encerra um capítulo fundamental da história da ciência do século XX. A sua descoberta da estrutura do ADN valeu-lhe o Prémio Nobel da Medicina em 1962, partilhado com Francis Crick e Maurice Wilkins.
Este marco não só desvendou o mecanismo pelo qual a informação genética é armazenada e copiada, como também serviu de base para praticamente todos os avanços subsequentes em genética, medicina e biotecnologia.
Watson desempenhou ainda um papel crucial na liderança do Projeto Genoma Humano, que mapeou com sucesso os mais de 20 mil genes humanos.
Em Portugal, a sua influência foi notória, tendo sido o primeiro presidente do Conselho Científico da Fundação Champalimaud. Leonor Beleza, presidente da fundação, evocou-o como “uma figura incontornável da ciência”, sublinhando que “as suas descobertas essenciais na área da biologia foram determinantes na definição do rumo da ciência como a conhecemos hoje”. Apesar do seu génio científico, a carreira de Watson foi manchada por controvérsias no final da sua vida, devido a comentários considerados sexistas e racistas que levaram ao seu ostracismo profissional e à demissão de cargos importantes, culminando na venda da sua medalha do Nobel em leilão.














