Um novo estudo reforça a hipótese de que Encélado, uma das luas de Saturno, possui condições de estabilidade favoráveis ao desenvolvimento de vida. A investigação revela que o satélite natural está a emitir uma quantidade de calor muito superior ao esperado, sugerindo atividade geológica interna que poderia sustentar um ecossistema. Publicado na revista Science Advances, o estudo indica que o oceano que se acredita existir sob a superfície gelada de Encélado pode ser um dos locais mais promissores do Sistema Solar para a evolução de vida extraterrestre. A descoberta de que a lua emite significativamente mais calor do que seria expectável de um corpo passivo é um forte indício de processos geodinâmicos ativos no seu interior.
Esta energia interna poderia manter a água em estado líquido e alimentar reações químicas essenciais à vida, semelhantes às que se observam nas fontes hidrotermais no fundo dos oceanos da Terra.
A presença de um oceano de água líquida, combinada com uma fonte de energia interna e a provável existência de compostos orgânicos complexos (detetados em plumas de vapor de água que emanam da sua superfície), coloca Encélado no topo da lista de alvos para futuras missões de astrobiologia. A confirmação desta atividade interna contínua e estável ao longo de escalas de tempo geológicas é crucial, pois a estabilidade ambiental é um pré-requisito para que a vida possa surgir e evoluir.
Esta descoberta não só adensa o mistério em torno desta pequena lua gelada, como também desafia os cientistas a reavaliarem os critérios para a habitabilidade planetária.
Em resumoA deteção de uma emissão de calor anómala em Encélado fortalece a teoria de que a lua de Saturno possui um oceano subglacial ativo e potencialmente habitável, tornando-a um alvo prioritário na busca por vida fora da Terra.