Embora a desregulação desta proteína seja conhecida noutras patologias, a sua implicação no declínio cognitivo associado ao Alzheimer é um campo promissor.

Coordenada pela investigadora Ana Rita Quadros, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC), a investigação parte da observação de que a TDP-43 está alterada em 20 a 50% dos doentes de Alzheimer, estando a sua presença associada a “maior probabilidade de declínio cognitivo e a uma atrofia cerebral mais rápida”. O projeto, intitulado “SynTDP”, foca-se na hipótese de que a perda de função desta proteína leva a defeitos sinápticos, que são uma via central da doença, contribuindo para a neurodegeneração. A equipa irá utilizar uma abordagem multifacetada, analisando tecidos post-mortem de doentes, células estaminais e modelos animais para caracterizar o impacto da perda de TDP-43 na função e composição das sinapses.

O objetivo final, segundo Ana Rita Quadros, é “melhor conhecer a progressão da doença e identificar alvos terapêuticos para a restauração funcional de neurónios”. O projeto, financiado com mais de 207 mil euros pelas Ações Marie Skłodowska-Curie, decorrerá até 2027 e conta com a colaboração do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, reforçando a sua dimensão internacional e o potencial de impacto na comunidade científica global.