Uma investigação europeia de grande escala revelou que ser bilíngue ou multilíngue pode ajudar a retardar o envelhecimento cerebral. O estudo, envolvendo mais de 80 mil pessoas saudáveis, sugere que o estímulo cognitivo de gerir várias línguas confere uma vantagem protetora contra o declínio cognitivo associado à idade. Os resultados indicam que as pessoas que falam apenas uma língua têm o dobro da probabilidade de sofrer um envelhecimento cerebral mais rápido em comparação com quem fala várias línguas.
Este fenómeno apoia a teoria da "reserva cognitiva", segundo a qual atividades mentais estimulantes, como aprender e usar diferentes idiomas, criam uma maior resiliência do cérebro contra as alterações degenerativas da idade.
O constante exercício mental de alternar entre línguas, gerir vocabulários distintos e navegar por diferentes estruturas gramaticais fortalece as redes neuronais e mantém a plasticidade cerebral.
A investigação destaca que o bilinguismo não é apenas uma competência útil para viajar ou comunicar, mas também uma ferramenta poderosa para a saúde cerebral a longo prazo.
A dimensão da amostra do estudo confere um peso significativo às suas conclusões, posicionando a aprendizagem de línguas como uma estratégia viável e acessível para promover um envelhecimento mais saudável do cérebro.
Em resumoO estudo demonstra de forma robusta que o bilinguismo atua como um fator de proteção contra o envelhecimento cerebral acelerado. Ao duplicar o risco de declínio para os monolingues, a investigação sublinha a importância do aprendizado de línguas como uma forma de exercício mental que constrói uma reserva cognitiva, promovendo uma maior saúde cerebral ao longo da vida.