A análise de ADN antigo mostra que a diversidade genética dos cães espelha as migrações dos povos da Europa e da Ásia, confirmando que estes animais eram fiéis companheiros das populações humanas ao longo de milénios. Os estudos demonstram uma forte correlação entre a história genética dos cães e a dos humanos, indicando que os cães migraram juntamente com os seus parceiros humanos à medida que estes se espalhavam pelos continentes. Esta descoberta sugere que os cães não eram apenas animais domesticados de forma pontual, mas sim membros integrantes das sociedades humanas há pelo menos 11.000 anos.

A investigação aprofunda a compreensão sobre a domesticação, mostrando que não foi um evento único, mas um processo contínuo e geograficamente disperso.

Além disso, os resultados indicam que a diversidade morfológica que vemos nos cães de hoje — as enormes diferenças de tamanho, forma e pelagem — começou a surgir muito antes do que se pensava, sugerindo uma influência humana precoce na sua evolução, possivelmente através de uma seleção para diferentes funções. Estes estudos genéticos fornecem, assim, a prova mais robusta até à data de uma jornada co-evolutiva que moldou profundamente ambas as espécies.