Esta inovação é crucial para melhorar os modelos de previsão climática e compreender a dinâmica oceânica global.
As ondas internas, que se formam e propagam abaixo da superfície, desempenham um papel vital no sistema climático.
“Estas ondas provocam a mistura vertical de massas de água, transportando calor, salinidade e nutrientes entre camadas profundas e superficiais”, o que tem “influência direta na circulação oceânica e na transferência de dióxido de carbono entre o oceano e a atmosfera”.
Até agora, a sua medição era um desafio.
O novo método, publicado na revista Science of Remote Sensing, combina dados do satélite SWOT, uma missão conjunta da NASA e da agência espacial francesa CNES, com a equação matemática Dubreil–Jacotin–Long (DJL).
O sensor KaRIn a bordo do SWOT permite observar as ondas em três dimensões com uma resolução sem precedentes.
Com estes dados, a equação DJL calcula a estrutura completa das ondas, incluindo o seu tamanho e as correntes que geram. Para validar o modelo, os investigadores cruzaram os resultados com dados recolhidos ‘in situ’ na Amazónia, onde se formam algumas das maiores ondas internas do planeta, que podem atingir 150 metros de altura.
Segundo José da Silva, primeiro autor do estudo, “com as imagens do satélite e a aplicação deste modelo, podemos medir estas ondas e conhecer a sua anatomia e impacto”.
O próximo passo será aplicar o método a outras regiões, incluindo Portugal, onde estas ondas podem atingir 50 metros.














