Este efeito protetor está ligado ao conceito de “reserva cognitiva”, segundo o qual atividades mentais estimulantes fortalecem as redes neuronais do cérebro, tornando-o mais resiliente aos danos causados pelo envelhecimento ou por doenças neurodegenerativas.

O ato de falar mais do que uma língua é um exercício mental constante e complexo. Exige que o cérebro alterne entre sistemas linguísticos, selecione as palavras corretas e iniba a língua que não está a ser usada.

Este treino contínuo parece fortalecer as funções executivas do cérebro, como a atenção, a resolução de problemas e a flexibilidade mental.

Embora o estudo não estabeleça uma relação de causa e efeito direta, os seus resultados alinham-se com investigações anteriores que associam o bilinguismo a um início mais tardio de sintomas de demência.

Num contexto de envelhecimento da população global, estas descobertas reforçam a importância da aprendizagem ao longo da vida e do envolvimento em atividades cognitivamente exigentes, como aprender um novo idioma, como uma estratégia viável e acessível para promover a saúde cerebral e um envelhecimento mais saudável.