Esta descoberta, realizada na Universidade Queen Mary de Londres, revela uma capacidade cognitiva surpreendente em invertebrados e abre novas vias para o estudo da perceção do tempo no cérebro dos insetos.

No estudo, publicado na revista Biology Letters, os cientistas montaram um labirinto onde os abelhões eram confrontados com círculos que emitiam um flash de luz curto (um “ponto”) ou um flash longo (um “traço”).

Metade das abelhas foi treinada para associar o sinal curto a uma recompensa de açúcar, enquanto a outra metade foi treinada para associar o sinal longo à mesma recompensa.

Os resultados foram inequívocos: as 41 abelhas testadas aprenderam a usar a duração do flash como uma pista para decidir onde procurar comida.

Este feito é particularmente notável porque os estímulos intermitentes são artificiais e não existem no ambiente natural das abelhas.

“O facto de conseguirem acompanhar a duração dos estímulos visuais pode sugerir uma extensão de uma capacidade de processamento do tempo que evoluiu para diferentes fins, como acompanhar o movimento no espaço”, afirmou Alex Davidson, um dos autores do estudo. Embora os mecanismos neuronais exatos permaneçam desconhecidos, a investigação sugere a existência de um “relógio interno” que permite aos insetos medir o tempo.

Estas descobertas desafiam as noções sobre os limites da cognição dos invertebrados e fornecem um novo modelo para explorar os princípios fundamentais da perceção temporal.