Os resultados preliminares sublinham a importância desta área marinha protegida, mas também revelam sinais preocupantes, como o desaparecimento de pradarias marinhas.

A campanha científica, organizada pela Fundação Oceano Azul, Oceanário de Lisboa e Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, decorreu no início de outubro e confirmou o estatuto da Pedra do Valado como um *hotspot* de biodiversidade.

No total, foram documentadas 206 espécies, das quais 137 são invertebrados, 41 peixes, 13 algas, 12 aves marinhas e 3 cetáceos.

Os mais de 40 novos registos para esta área específica incluem peixes, gorgónias e corais duros.

Um dos destaques positivos foi a confirmação do bom estado de saúde do banco de rodólitos (algas calcárias), o único conhecido em Portugal Continental, um habitat crucial para a retenção de carbono.

No entanto, a expedição também detetou o desaparecimento de pradarias marinhas que haviam sido identificadas anteriormente na zona.

Os cientistas consideram este um “sinal preocupante” e apontam como possível causa a proliferação da alga invasora asiática *Rugulopterix okamurae*.

Os dados recolhidos são considerados essenciais para apoiar o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) no desenvolvimento de instrumentos de gestão para esta que é a primeira Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário em Portugal Continental.