A investigação, publicada na revista “Evolution and Human Behaviour”, posiciona este comportamento no ancestral comum dos grandes símios, muito antes do aparecimento dos humanos modernos.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas definiram o beijo como um contacto boca-a-boca não agressivo e sem transferência de comida.
Utilizando uma abordagem filogenética, recolheram dados sobre espécies de primatas atuais, como chimpanzés e bonobos, que exibem este comportamento.
Através de modelagem estatística bayesiana, simularam milhões de cenários evolutivos para estimar quando o traço poderia ter surgido.
Os resultados apontam para um período entre 21,5 e 16,9 milhões de anos atrás, sugerindo que o beijo foi mantido ao longo da evolução e herdado pelas espécies atuais, incluindo os humanos. O estudo vai mais longe e propõe que os Neandertais também praticavam o beijo, uma hipótese reforçada por evidências anteriores de partilha de micróbios orais entre as duas espécies de hominídeos. As possíveis origens evolutivas do comportamento são diversas: poderá ter derivado de práticas de limpeza social (grooming), do ato de mães partilharem comida pré-mastigada com as crias ou como forma de avaliar parceiros e reforçar laços sociais.
Contudo, os autores ressalvam que o beijo romântico não é universal, sendo praticado em apenas cerca de 46% das culturas humanas documentadas, o que indica que, embora a base biológica seja antiga, a sua expressão é fortemente influenciada por fatores culturais.









