A descoberta, publicada na revista *Alzheimer's & Dementia*, aponta para a degradação de estruturas cerebrais específicas e abre caminho a potenciais tratamentos.

O estudo, liderado por Harald Sontheimer e Lata Chaunsali, focou-se nas redes perineuronais (RPN), estruturas que envolvem os neurónios e são cruciais para a comunicação entre eles e para a formação de memórias.

A hipótese dos cientistas era que a deterioração destas redes estaria na origem do esquecimento seletivo.

Para testá-la, utilizaram um modelo de ratos que replicava a perda de memória observada em humanos. Os resultados confirmaram que os ratos com RPN defeituosas perdiam a capacidade de reconhecer outros ratos, mas mantinham a memória para objetos inanimados, um paralelo direto com o que acontece nos doentes.

A investigação foi mais longe e explorou uma solução terapêutica.

Os cientistas administraram aos ratos inibidores das metaloproteinases da matriz (MMP), fármacos já utilizados no tratamento de cancro e artrite.

A aplicação destes medicamentos conseguiu impedir a degradação das RPN, preservando assim a memória social dos animais.

Harald Sontheimer destacou a relevância do achado: “encontrar pelo menos uma das alterações estruturais que causam a perda de memória específica em pessoas com Alzheimer era um desafio.

Agora, temos até medicamentos candidatos para preveni-las”.

Esta descoberta oferece uma nova perspetiva para o tratamento da doença, focando-se na proteção da integridade estrutural do cérebro para preservar as memórias mais importantes.