A investigação, que envolveu 211 crianças desde o pré-escolar até ao segundo ano do ensino básico, demonstra que a utilização dos dedos funciona como uma ponte crucial entre a representação concreta de quantidades e o pensamento numérico abstrato. Ao associar cada dedo a um número, as crianças criam uma representação física e visual que fortalece a sua compreensão da contagem, da adição e da subtração.
Esta base sensorial e motora ajuda a internalizar os conceitos numéricos de uma forma mais sólida do que a simples memorização de símbolos. O estudo sugere que, em vez de ser uma “muleta” a ser abandonada o mais cedo possível, contar pelos dedos é uma estratégia cognitiva fundamental que apoia a construção de uma base matemática robusta.
A transição para o cálculo mental e para operações mais complexas torna-se mais natural quando a criança já desenvolveu uma forte intuição numérica através desta interação física. Os resultados indicam, assim, que os professores e pais devem permitir e até incentivar esta prática nas idades mais jovens, reconhecendo o seu papel no desenvolvimento de um raciocínio matemático mais profundo e duradouro, que se estenderá a competências aritméticas mais avançadas no futuro.









