Esta descoberta redefine a nossa compreensão da maturação cerebral, sugerindo que a adolescência se prolonga até depois dos 30 anos.

A investigação, publicada na revista Nature Communications, representa o primeiro esforço para mapear as principais fases da formação das conexões cerebrais ao longo de toda a vida humana. Neurocientistas analisaram cerca de 4.000 exames cerebrais de pessoas com idades entre os zero e os noventa anos, recorrendo a uma técnica que avalia o movimento das moléculas de água para detetar alterações no tecido cerebral e rastrear as reconfigurações das ligações neuronais. Os resultados revelaram um padrão de desenvolvimento dividido em cinco “eras” distintas.

A primeira fase, da infância à pré-adolescência, termina por volta dos 9 anos.

A segunda, que corresponde à adolescência, estende-se de forma surpreendente até aos 32 anos, idade em que o cérebro atinge o seu pico de desenvolvimento. A terceira fase, a idade adulta, decorre até aos 66 anos, seguida por um período de envelhecimento gradual até aos 83 anos.

A fase final, de envelhecimento tardio, marca o declínio mais acentuado das funções cerebrais.

Esta nova cronologia desafia as conceções tradicionais sobre a maturidade, que frequentemente a situam no final da adolescência legal.

A descoberta de que o cérebro continua a desenvolver-se ativamente até à terceira década de vida tem implicações profundas para a educação, a psicologia e as políticas sociais, ajudando a compreender desde as dificuldades de aprendizagem na infância até ao aparecimento de demência em idades avançadas.