A sua monitorização por satélite deu origem a um estudo pioneiro que cruza telemetria com análise genética, aprofundando o conhecimento sobre as rotas migratórias das tartarugas marinhas.
Salina foi resgatada em 2021 no rio Guadiana, presa em equipamento de pesca e com um anzol no estômago.
Após a sua recuperação e libertação, foi equipada com um transmissor satélite que permitiu seguir a sua jornada.
A tartaruga atravessou o Estreito de Gibraltar em apenas seis dias e viajou pelo Mediterrâneo, passando pelas costas de Marrocos, Argélia e pelas Ilhas Baleares, antes de se fixar entre a Sicília e a Calábria.
Os dados recolhidos permitiram mapear as suas rotas, identificar zonas de alimentação e compreender como fatores ambientais influenciam os seus movimentos.
O estudo, intitulado “Tracking and Genetic Analysis of a Rehabilitated Loggerhead Turtle in the Mediterranean”, é o primeiro a combinar dados de localização com análise genética para esta espécie no Algarve, ajudando a contextualizar a sua origem populacional e a conectividade entre as populações do Atlântico e do Mediterrâneo.
Como destacou João Neves, Diretor de Conservação do Zoomarine, “cada animal monitorizado transforma-se numa fonte de conhecimento valiosa, capaz de orientar investigação, informar políticas públicas e melhorar a forma como protegemos espécies marinhas ameaçadas”.
A viagem de Salina sobreviveu pelo menos 392 dias, demonstrando o sucesso da reabilitação e o imenso valor científico que um único animal pode proporcionar.









